Mosteiro de Santa Cristina de Ribas de Sil

Conjunto monacal católico, situado junto ao rio Sil, rodeado de um bosque onde predominam os castanheiros, na localidade galega de Parada de Sil (Ourense), Espanha. Foi um cenóbio pertencente à ordem beneditina, documentado desde o séc. IX. Todavia, a igreja românica actual, tem origens em finais do séc. XII. A sua origem perde-se no ascetismo que caracterizou a região na alta Idade Média, tornando-se um dos mais importantes da Ribeira Sacra desde o séc. XII até inícios do séc. XVI, altura em que se converteu num priorado do vizinho Santo Estêvão de Ribas de Sil. No séc. XIX foi abandonado, como tantos outros, devido a desamortização e passou para a posse de privados.

Do que sobrou, temos uma igreja românica de finais do séc. XII, com planta em cruz latina, de nave única com cinco tramos, cruzeiro e cabeceira com três ábsides. Os absidíolos laterais prolongam-se como braços do transepto.

A fachada principal está dividida em dois corpos. O portal de acesso é composto por três arquivoltas que assentam sobre pares de colunas com capitéis decorados por motivos vegetais e cabeças humanas, tendo um tímpano liso. No corpo superior temos uma rosácea com pequenos arcos lobulados.

Anexa à fachada temos uma pequena entrada românica que dava acesso ao claustro. Dispõe de arquivoltas semicirculares ornamentadas com folhas de árvore e dupla moldura geométrica. No intradorso temos o tetramorfos.

O claustro foi transformado na época moderna, depois da reforma no séc. XVI, quando foi incorporado no mosteiro de Santo Estêvão, restando agora apenas duas galerias. Um dos tramos (norte) está ocupado pela base de uma curiosa torre, aberta ao exterior com três arcos apontados sobre colunas.

Um dos capitéis é muito interessante, pois está esculpido com harpias parecidas com as de Santo Estêvão de Ribas de Sil, a lembrar também as de mestre Mateus (Catedral de Santiago de Compostela).

Igreja de Santa Comba de Bande

É um dos edifícios mais importantes e bonitos da arquitectura visigótica espanhola, embora com algumas modificações do pré-românico (século IX), especificamente no ano de 872, durante o reinado de Afonso III, quando foi restaurado.

Estamos diante de um templo monástico em cruz grega, bem construído com extensões nas suas extremidades (abside no extremo leste e um pórtico no oeste) e grande compartimentação de espaços, para acomodar diferentes categorias de pessoas, provavelmente monges de diferentes níveis de preparação.

A intersecção dos braços da cruz grega forma um transepto com um plano quadrado no qual foi construída uma cúpula em forma de prisma com uma janela em cada uma das suas faces.

Parece que Santa Comba de Bande é uma das primeiras igrejas visigóticas com esta planimetria e estrutura, influenciada pelo martírio de São Frutuoso de Montelios (Braga / Portugal) e esta por sua vez pelo Mausoléu de Gala Placídia e outros edifícios de Ravenna e Bizâncio.

Depois de Santa Comba de Bande, outras igrejas visigóticas espanholas, mais ou menos preservadas, reproduzirão esta planimetria e elevação (embora com ligeiras modificações), como São Pedro de la Mata e Santa María de Melque, ambas na província de Toledo.

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Mosteiro de Santo Estêvão de Ribas de Sil

O Mosteiro de Santo Estêvão de Ribas de Sil (San Esteban de Ribas de Sil) é um dos mais importantes mosteiros românicos da Ribeira Sacra.

A igreja monástica é de estilo românico muito tardio. Tem três grandes naves com arcos apontados que terminam com a cabeceira de três absides, com a curiosidade das naves laterais serem mais altas que a central.

No interior há um belo retábulo românico de pedra em forma pentagonal com Cristo no centro e os doze apóstolos a flanqueá-lo sob arcos. É muito possível que originalmente, esta parte fizesse parte do tímpano de um portal.

O Mosteiro conserva um dos poucos claustros românicos (chamado “dos bispos”) em toda a Galiza, embora com alterações do século XVI, como veremos. O piso inferior é românico, embora com arcadas pesadas, cobertas com pináculos tardo-góticos, para compensar o peso do piso superior. Estes contrafortes quebram a harmonia e regularidade das arcadas românicas deste claustro. Os arcos austeros de meio ponto suportam em pares de colunas com capitéis de fustes elegantes e capitéis com decoração vegetalista. No entanto, há também alguns deles em que foram esculpidas harpias e figuras antropomórficas, com remota influência do Mestre Mateus (Pórtico da Glória – Catedral de Santiago de Compostela).

Como dissemos, uma nova galeria gótico-renascentista foi construída a partir do século XVI.

Cabeceira do Mosteiro de Armenteira

MEIS (Espanha): Absides escalonadas do Mosteiro de Armenteira (1168).
MEIS (Espanha): Absides escalonadas do Mosteiro de Armenteira (1168).

A cabeceira é de proporções monumentais formada por três absides escalonadas. O grande tamanho das absides, em silharia granítica, oferecem um aspeto maciço e quase de caráter militar. As habituais colunas foram aqui substituídas por robustos contrafortes e as frestas não possuem colunas nem molduras. A cachorrada é também muito simples.

Portal do Mosteiro de Armenteira

MEIS (Espanha): Portal do Mosteiro de Armenteira.
MEIS (Espanha): Portal do Mosteiro de Armenteira.

O Mosteiro de Armenteira é um dos melhores expoentes do românico galego, ainda que o passar dos séculos tenha inevitavelmnete deixado marcas de diferentes estilos arquitectónicos no edifício. Nas suas origens, o templo pertenceu à ordem de Cister e julga-se fundado por Ero de Armenteira em 1168. Na fachada, do século XII, destaca-se o portal rodeado por seis arquivoltas, apoiadas em colunas com capitéis decorados com motivos vegetalistas.

Rosácea da igreja de Santa Maria de Baiona

BAIONA (Espanha): Rosácea românica da igreja de Santa Maria.
BAIONA (Espanha): Rosácea românica da igreja de Santa Maria.

Os vitrais da rosácea são já de um período muito mais recente. Destaque para a caravela “Pinta”, o primeiro dos barcos de Cristóvão Colombo, capitaneada por Martín Alonso Pinzón, a regressar à Europa.

Interior da Igreja de Santa Maria de Baiona

BAIONA (Espanha): Interior da Igreja de Santa Maria de Baiona.
BAIONA (Espanha): Interior da Igreja de Santa Maria de Baiona.

Apesar de ter sido erguida na segunda metade do século XII, foi quase totalmente reconstruída no século XIV, daí que aquilo que apreciamos hoje é um estilo românico de transição ou românico-ogival com influências cistercienses, já que foram os monges cistercienses do mosteiro de Oia que terminaram a sua construção. A sua planta é basilical em cruz latina, com três naves que rematam em três absides. O altar-mor é barroco (1726), obra de Antón del Villar.

Igreja de Santa Maria de Baiona

BAIONA (Espanha): Igreja de Santa Maria de Baiona.
BAIONA (Espanha): Igreja de Santa Maria de Baiona.

De aspecto fortificado e estilo românico de transição, a Igreja de Santa María de Baiona construiu-se no século XIII e foi considerada Colegiata desde 1482 a 1850.
Está dividida em três naves, com os seus correspondentes pórticos rectangulares. A nave principal lembra o estilo cisterciense do mosteiro de Santa María de Oia. Dois pilares envolvem a porta da fachada, formada por três pares de colunas, tímpano liso e espirais. As janelas são românicas e possui na fachada uma bonita rosácea românica. Em 1841 deslocaram para o átrio vários cruzeiros de diferentes estilos dispersos pelas ruas da vila.

Claustro da Catedral de Tui

TUI (Espanha): Claustro da Catedral.
TUI (Espanha): Claustro da Catedral.

O claustro da catedral de Tui foi construído na segunda metade do século XIII, em estilo gótico cisterciense. É o único medieval que resta nas catedrais galegas. Foi restaurado em 1408 devido ao perigo de ruína num dos muros, altura em que se integraram novos elementos góticos e se iniciou a construção das torres defensivas que deu o carácter de fortaleza a este templo.

Vista parcial do claustro da catedral de Tui
Vista parcial do claustro da catedral de Tui

Tirantes na catedral de Tui

TUI (Espanha): Tirantes na catedral de Tui.
TUI (Espanha): Tirantes na catedral de Tui.

A pesada estrutura granítica da Catedral esmaga-nos, tanto mais que algo nos desconcerta ao identificarmos claramente o estilo românico – à semelhança de Santiago de Compostela, mas de uma dimensão mais próxima de uma Sé Velha ou Sta. Cruz de Coimbra – com um remate de abóbada claramente gótico. Como a estrutura original não estava concebida para tamanhas alturas, rapidamente se improvisaram soluções para estabilizar o edifício que ameaçava ruir com o peso da abóbada. À falta dos arcobotantes típicos do gótico, utilizaram-se uns tirantes entre os pilares que suportam a abóbada. Estes foram aplicados ao longo dos séculos, sendo o último do séc. XVIII.