Igreja de São João Baptista

VILA DO CONDE (Portugal): Igreja de São João Baptista, matriz de Vila do Conde.
VILA DO CONDE (Portugal): Igreja de São João Baptista, matriz de Vila do Conde.

Cerca de 1496 foi ordenado que se edificasse uma nova igreja no Campo de São Sebastião, cuja obra ficou a cargo do mestre biscainho João Rianho.
Durante a sua peregrinação a Santiago de Compostela em 1502, D. Manuel I ficou hospedado em Vila do Conde, e no regresso da viagem enviou uma carta para a edilidade local onde concedia financiamento à obra e enviava uma planta com a traça do novo templo.
De planta em cruz latina, composta por três naves de diferentes alturas e cabeceira tripla, a Matriz de Vila do Conde repete o módulo das hallenkirchen manuelinas, de que fazem parte, entre outros, os templos de Freixo de Espada à Cinta, Arronches, ou Azurara (LEITE, 2005, pp. 103-104).
O grandioso portal axial trilobado, obra de João de Castilho, profusamente ornamentado, ladeado por contrafortes e pináculos com cogulhos vegetalistas, dá “um novo tom à edificação” manuelina, sendo o seu modelo repetido no templo de Azuaga, perto de Badajoz (PEREIRA, 1995, pp. 67-68).
Do lado esquerdo da fachada, João Lopes o Moço ergueu em 1573 a torre sineira quadrangular (REIS, 2000, p. 166), cuja maciça estrutura pouco ornamentada e excessivamente vertical sobressai no ritmo da frontaria.

Fonte: IGESPAR

Igreja de Santa Clara

VILA DO CONDE (Portugal): Igreja de Santa Clara
VILA DO CONDE (Portugal): Igreja de Santa Clara

Mandado edificar em 1318 por D. Afonso Sanches (filho bastardo de D. Dinis) e sua mulher, D. Teresa de Menezes, o Convento de Santa Clara é um templo fundamental do Gótico português a Norte do Douro, não obstante as numerosas alterações a que foi sujeito ao longo dos séculos. O conjunto monumental domina o centro histórico da vila – edificando-se no local onde se pensa ter existido o castelo dos Condes de Cantanhede, senhores do burgo.
A austeridade e monumentalidade exteriores lembram, em parte, os primeiros exemplos de arquitectura mendicante clarissa do país, especialmente a fachada ocidental, onde o único elemento é a rosácea radiante, inscrita num enorme muro compacto, delimitado por dois contrafortes.
A cabeceira e a sua implantação num terreno irregular é outro aspecto interessante da igreja. Exteriormente, apresenta-se como uma fortaleza, com as janelas muito altas e a estrutura coroada por ameias, sugestão reforçada pela existência de poderosos contrafortes, que ajudam a vencer o desnível do terreno. Interiormente, porém, a rigidez formal é assumida de forma proporcional, com os absidíolos bastante mais baixos que a capela-mor.
Do mosteiro original resta a igreja.