Foi erguido no século XIV por iniciativa de Afonso IV de Portugal para comemorar a vitória na Batalha de Salado, em 1340. O soberano participara nesta batalha em apoio ao enteado Afonso XI de Castela, auxiliando-o a defender-se de uma armada muçulmana.
Alpendre de planta quadrangular aberto, constituído por 4 arcos quebrados lavrados, assentes em colunas com capitéis lavrados, encimados pelo escudo Real. Os arcos, sobrepujados por empena, limitam uma cobertura em abóbada de granito. Abriga um cruzeiro assente num soco circular de dois degraus. O cruzeiro policromado representa Cristo Crucificado de um lado e a Virgem Mãe sob baldaquino do outro. Num plano inferior no fuste da Cruz: 4 esculturas, representando São Vicente Apóstolo, São Filipe Mártir, São Torcato e o Anjo da Guarda.
O principal mosteiro medieval da bacia do rio Sousa possui uma história rica, que tem o seu início muito antes da construção do edifício que, na atualidade, subsiste. Em 956, uma primeira comunidade familiar foi aqui fundada por D. Tructesindo Galindiz e sua mulher, Animia, sobre os restos do que se pensa ter sido uma uilla romana, mas de que não se detetaram ainda vestígios materiais. Sensivelmente um século depois, o cenóbio foi objecto de grandes reformas, no contexto proto-românico que caracteriza as décadas finais do século XI na diocese de Braga. Em 1088, com a presença solene do bispo D. Pedro, o novo templo foi sagrado.
As dúvidas acerca da cronologia exata a atribuir às diferentes partes do conjunto iniciam-se com essa sagração. Sabemos que, nos inícios do século XII, o mosteiro estava já na posse dos Beneditinos que, com certeza, patrocinaram a construção do atual edifício, mas a data exata desta vasta campanha e, sobretudo, o ritmo das obras não estão, ainda, suficientemente esclarecidos. De acordo com RODRIGUES, 1995, p.244, as obras não se terão iniciado antes de 1166, e prolongaram-se extraordinariamente, avançando lentamente sobre todo o século XIII e entrando, mesmo, no XIV (ALMEIDA, 1986, p.90).
O conjunto sofreu alterações nos séculos XI e XIII, com a ampliação da Igreja, e posteriormente nos séculos XVIII e XX.
Na fachada da Igreja apresenta-se o belo portal gótico com cinco arquivoltas e uma célebre rosácea.
À esquerda da imagem pode ver-se a torre sineira adjacente construída durante as obras de restauro no século XX.
Foi mandado construir em 1420 pelo conde de Barcelos, D. Afonso, filho bastardo de D. João I. O desenho do paço inspirou-se fortemente nas grandes casas senhoriais francesas. Entre 1937 e 1959, foi alvo de profundas obras de restauro e reedificação com resultados algo polémicos sobre os critérios adotados relativamente à sua reconstituição.
Atualmente, o paço está convertido em palácio-museu.
Considerada como um centro de irradiação episcopal e um dos mais importantes templos do românico português, a sua história remonta à obra do primeiro bispo, D. Pedro de Braga (1070), que concebeu um Projeto de peregrinação algo semelhante ao de Santiago de Compostela e de outras igrejas de peregrinação francesas, com três naves, transepto saliente, cabeceira e deambulatório. A edificação foi efetuada num local onde teria existido um antigo culto à deusa Ísis (divindade egípcia) muito venerada pelos romanos.
Após a morte deste prelado, e depois da destruição da catedral, no século XII, pelos adeptos de D. Teresa, o projeto inicial foi abandonado. Por indicação do arcebispo D. Paio Mendes (1118-1137), erigiu-se outro mais reduzido, de planta em cruz latina, formado por: três naves divididas em seis tramos, separados por seis arcos de volta perfeita de cada lado e sustentados por colunas; transepto; e cabeceira com dois absidíolos. As obras foram dirigidas por Nuno Paio. Deste período, são a maior parte dos elementos românicos que hoje ali se podem observar: nave central (mais alta que as laterais); portal principal, cujo tímpano foi destruído na época quinhentista, mas onde subsistem duas arquivoltas decoradas com animais fantásticos e historiadas com passos de gestas medievais, de origem borgonhesa (Canção de Roland e Romance da Raposa); portal lateral (conhecido por Porta do Sol), situado no lado Sul da Catedral, com arcos e capitéis decorados com motivos geométricos e vegetalistas, e modilhões trabalhados com figuras humanas e animalescas. O templo foi erigido segundo os cânones arquitetónicos da Ordem de Cluny, por influência dos prelados S. Geraldo e D. Maurício Burdino, a quem o conde D. Henrique e D. Teresa confiaram a obra.
Em finais de quatrocentos, inícios de quinhentos, e por ordem do arcebispo D. Jorge da Costa, foi acrescentada uma galilé gótica, apoiada por contrafortes, tendo D. Diogo de Sousa, que lhe sucedeu, completado a sua decoração. É dividida por três tramos, a que correspondem três arcos na frontaria, sendo o do centro, bastante mais largo e de volta inteira, e os outros ogivais. Existe ainda outro arco ogival que abre para o lado sul.
Ex-libris da história de Braga, a Sé reúne os estilos arquitetónicos das diversas épocas que atravessou, desde sua sagração em 1093 até hoje. O românico, o gótico (manuelino) e o barroco são os principais elementos de um mosaico estilístico que congrega fascinantes capelas (dos Reis, de S. Geraldo, da Glória) e um excecional tesouro.
Nesta catedral encontram-se os túmulos de Henrique de Borgonha e sua mulher, Teresa de Leão, os condes do Condado Portucalense, pais do rei D. Afonso Henriques.
A capela é um padrão quadrangular de cantaria, abobadado, aberto por três arcos, ostentando embutida na parede do fundo uma antiquíssima figura humana, de granito, que dizem representativa do Anjo da Guarda.
Trata-se de uma vetusta construção românica, com uma planta formada por dois rectângulos desiguais.
A fachada mostra um portal de volta perfeita e com tímpano liso; duas fiadas de cachorros decoram as cornijas.
Nas paredes abrem-se pequenas frestas de iluminação.
No interior existe uma pia baptismal, onde, segundo a tradição terá sido baptizado D. Afonso Henriques.
O pavimento lageado assenta num cemitério romano-visigótico.
A construção primitiva, possivelmente em terra e madeira, foi edificada entre 959 e 968, pela condessa Mumadona viúva do conde Hermenegildo Mendes, para proteger o seu mosteiro e a povoação local das invasões normandas. Mais tarde, o conde D. Henrique remodelou o castelo, em cuja alcáçova terá nascido D. Afonso Henriques, 1º rei de Portugal.
Da história deste castelo fazem parte vários cercos, como o efectuado pelos castelhanos no reinado de D. Fernando I, suportado vitoriosamente pelos sitiados, e durante a crise de 1385, em que demorou a rendição desta praça a D. João I.
O castelo é constituído pela imponente Torre de Menagem, que atinge 27 metros de altura, construída no tempo do primeiro monarca, e por oito torres quadrangulares que no seu conjunto rodeiam aquela torre, protegem os panos de muralha e flanqueiam as entradas. A muralha ameada apresenta uma planta aproximadamente pentagonal. Parte destas obras deverão ser do tempo de D. Fernando.
Antes do atual edifício paroquial de Ponte Lima, outro existiu, de prováveis raízes românicas (edificado pelos séculos XII-XIII) e de estrutura modesta, com apenas uma nave, a que Carlos Alberto Ferreira de Almeida atribuiu o registo inferior da fachada principal, incluindo o portal (ALMEIDA, 1978, vol. 2, p.253 e 1987, p.102). É um facto que existem grandes diferenças estéticas entre os elementos que compõem a fachada principal, mas não estamos ainda em condições de atribuir o portal a essa época tão recuada, para mais sabendo-se como o Gótico foi destituído de rasgos monumentais no Norte do país, fazendo da sobriedade e do arcaísmo estilístico um valor artístico de primeira importância.
A igreja que hoje conhecemos data de meados do século XV. Em 1444, nas Cortes de Évora, os procuradores de Ponte de Lima declararam que a Igreia uelha era tam pequena Em que nom podiamos caber (ANDRADE, 1990, p.59, nota 67). O facto de, aqui, se utilizar uma forma verbal do passado, faz supor que a construção do novo templo se havia já iniciado. Os recursos financeiros foram proporcionados por D. João I e pelo regente D. Pedro e a empreitada prolongou-se até à década de 50.
Desconhecemos ainda como teria sido o projeto quatrocentista do conjunto, uma vez que foram muitos os acrescentos posteriores verificados. Uma interpretação veiculada nos anos 70 do século XX dá conta da possibilidade de ter existido uma reformulação do projeto, sensivelmente um século depois de concluído. Segundo essa perspetiva, a campanha quatrocentista havia edificado uma igreja de nave única – a que corresponde o portal -, e só a partir de meados do século XVI se deu corpo à estrutura tripartida que ainda hoje existe (Inventário, 1974, p.2).
Fosse como fosse, o certo é que a renovada Matriz de Ponte de Lima ocupa um lugar relativamente marginal na evolução do estilo Gótico em Portugal. O portal é de quatro arquivoltas reentrantes, uma delas decorada com semiesferas (um motivo que pode bem corresponder ao século XV). Os capitéis, por seu turno, são maioritariamente vegetalistas, de folhagem muito presa ao campo escultórico e elementos tratados sumariamente. A rosácea radiante é, como se verá, um produto do restauro.
O pórtico, inserido num corpo avançado em gablete, apresenta quatro arquivoltas de arestas vivas e colunelos de capitéis e bases decorados, com fustes lisos, cilíndricos os interiores e os intermédios, prismáticos os exteriores.
As colunas apresentam bases decoradas com círculos, losangos e elementos vegetalistas, complementadas com garras e máscaras, fustes redondos à exceção de um, prismático, ornamentado com máscaras e capitéis, com padrões comuns à bacia do Sousa, com decoração de inspiração vegetalista, nomeadamente cogulhos, acantos e entrançados, já de feição protogótica.
A sua fundação remonta ao século X. Tem origem românica, de que conserva o seu principal prospecto, tendo sofrido alterações nos séculos XVII e XIX. O portal principal e a capela-mor são os mais significativos elementos medievais subsistentes.
O pórtico, inserido num corpo avançado em gablete, apresenta quatro arquivoltas de arestas vivas e colunelos de capitéis e bases decorados, com fustes lisos, cilíndricos os interiores e os intermédios, prismáticos os exteriores.