Detalhe do portal principal da Sé de Évora

ÉVORA (Portugal): Detalhe do portal principal.
ÉVORA (Portugal): Detalhe do portal principal.

O portal principal é já da década de 30 do século XIV, e constitui um dos mais impressionantes portais góticos portugueses, com um Apostolado em escultura de vulto da autoria de Mestre Pêro (de Coimbra), o principal nome da escultura gótica trecentista no nosso país.

Transepto da Sé de Évora

ÉVORA (Portugal): Transepto da Sé de Évora.
ÉVORA (Portugal): Transepto da Sé de Évora.

A Sé de Évora é considerada um edifício de estilo Românico-Gótico, ou ainda de estilo Gótico Nacional com influência cistercense e mendicante. A sua construção foi inspirada no modelo da Sé de Lisboa e em Catedrais estrangeiras, nomeadamente espanholas e francesas, revelando-se de grande importância, não apenas como ponto terminal de Românico e inicial do Gótico, mas sobretudo pela variedade de soluções de transição empregues. Teve como principais arquitectos ou mestres-de-obras Domingos Pires, entre 1280 e 1303, e Martim Domingues, responsável pelo término da construção, entre 1304 e 1334, época da construção do claustro e do pórtico da entrada principal.
As três naves são cortadas pelo transepto de cerca de 32 m de comprimento e 6,70 m de largura. No andar superior, ao longo dos dois lados da nave central e pelo transepto, corre o trifório (galeria estreita aberta sobre o andar das arcadas ou sobre o andar das tribunas nas igrejas medievais), composto por cinco arcos em cada tramo, assentes em pequenas colunas com capitéis de decoração toscana.

Interior da Sé de Évora

ÉVORA (Portugal): Interior da nave Central da Sé Catedral de Évora.
ÉVORA (Portugal): Interior da nave Central da Sé Catedral de Évora.

A Sé de Évora é a maior Catedral medieval do país. A um primitivo templo construído entre 1186 e os primeiros anos do século XIII, sucedeu-se o grandioso monumento que hoje existe, resultado essencialmente de duas notáveis campanhas da Baixa Idade Média.
Sob o dinâmico impulso do bispo D. Durando Pais, aquela modesta igreja sagrada por D. Soeiro em 1204 foi demolida para dar lugar a uma ambiciosa Catedral, sem paralelo no restante panorama nacional. Os modelos inspiradores desta nova Sé foram amplamente estudados por Mário Tavares Chicó em meados do século passado e revelam a importância desta construção não apenas como ponto terminal do Românico e inicial do Gótico, mas, sobretudo, pela variedade de soluções de transição empregues.
No interior temos três naves, a central larga e muito elevada, as laterais baixas e estreitas; sete tramos rectangulares definidos pelos poderosos pilares que levantam os arcos torais sobre os quais repousa a abóbada de berço de arco quebrado; esguias colunas de fuste contínuo, a romperem de simples plintos de duas ordens paralelepipédicas, recebem a descarga em capitéis, com enrolamentos de folha de cardo, e marcam, até metade da altura, os pilares sobre os quais descarregam os amplos arcos quebrados, de duas arquivoltas, dos vãos que se rasgam para as naves laterais; dez colunelos, dois torais e quatro das arquivoltas de cada arco rasgado sobre as laterais, embebem-se então nos pilares, poliedros compósitos de planta octogonal, conseguida pela inscrição de um quadrado sobre dois rectângulos perpendiculares e secantes; trifório contínuo acompanhando os braços do transepto, abrindo-se em varandins de quádruplo mainel e arcos de volta perfeita, com fortes e atarracados colunelos de baixos capitéis fitomórficos; naves laterais de seis tramos, cobertas de abóbadas de arestas de ogivas e arcos torais descarregando nos pilares centrais e em colunelos embebidos nas empenas laterais; estas são rasgadas por amplas e profundas frestas de arco redondo.

Fontes: