Portal do Convento de Jesus

SETÚBAL (Portugal): Portal do Convento de Jesus.
SETÚBAL (Portugal): Portal do Convento de Jesus.

O portal neste alçado, inscrito em gablete, voltado a Sul, e decorado com alusões ao modelo de vida conventual e à ordem franciscana, bem como, provavelmente, à própria fundadora, pela repetição da letra Y, alusão cristológica (a letra, equivalente ao J, representa o nome de Jesus) mas que remete igualmente para o nome de Justa Rodrigues, tem arquivoltas apontadas, com dois baldaquinos de cada lado (sem estátuas).

Janelão manuelino do Convento de Jesus

SETÚBAL (Portugal): Janelão manuelino no Convento de Jesus.
SETÚBAL (Portugal): Janelão manuelino no Convento de Jesus.

No exterior, na fachada Sul, numa das faces da cabeceira octogonal, inscreve-se um belo janelão de inspiração gótica-manuelina, outrora revestido de belos vitrais.

Convento de Jesus

SETÚBAL (Portugal): Convento de Jesus
SETÚBAL (Portugal): Convento de Jesus

O lançamento da primeira pedra deste convento foi feito em 17 de Agosto de 1490, com posteriores ampliações. À Igreja tem-se acesso por um portal talhado em brecha da Arrábida e repleto de elementos de forte significação litúrgica, representando atributos do franciscanismo, em que a fundadora, Justa Rodrigues Pereira, se inspirou. A obra é estilisticamente atribuída ao arquiteto Boitaca.

Portal norte da Igreja de S. Julião

SETÚBAL (Portugal): Portal norte da Igreja de S. Julião.
SETÚBAL (Portugal): Portal norte da Igreja de S. Julião.

Consta que a Igreja de S. Julião foi fundada por pescadores em finais do séc. XIII. Foi reconstruida por diversas vezes, devido a tremores de terra – as respetivas obras alteraram-lhe a traça original e realizaram-se em 1513, por indicação de D. Manuel I, e no séc. XVII; contudo os maiores danos ocorreram no séc. XVIII, após o terramoto de 1755, tendo sido novamente reconstruida já no reinado de D. Maria I.
Conserva do período de quinhentos, na fachada principal e lateral, dois portais manuelinos (um dos quais magnífico).Este último, colocado na parede Norte como provavelmente estaria na disposição original, é um importante exemplo da arquitetura coeva, sendo inclusivamente comparado ao trabalho de Diogo de Boitaca na igreja setubalense do Mosteiro de Jesus e na Igreja do Mosteiro dos Jerónimos (SILVA, J. Custódio Vieira, 1990, p. 70).

Detalhe do portal principal do Convento de Cristo

TOMAR (Portugal): Detalhe do portal principal do Convento de Cristo.
TOMAR (Portugal): Detalhe do portal principal do Convento de Cristo.

A entrada da igreja faz-se por um portal constituído por três arquivoltas de arco pleno e inteiramente revestidas com motivos manuelinos, renascentistas e platerescos, encimado por um corpo que ostenta a representação da esfera armilar e sobre esta uma estátua da Virgem, ladeada de outras esculturas. Este belo conjunto, data de cerca de 1515 e é obra de João de Castilho.

Óculo manuelino do Convento de Cristo

TOMAR (Portugal): Óculo da parede Oeste.
TOMAR (Portugal): Óculo da parede Oeste.

No andar cimeiro da parede Oeste, a famosa janela manuelina é sobrepujada por um óculo profundo de estrias radiantes envolvido por moldura torsa, cuja gramática decorativa, igualmente alusiva aos Descobrimentos, simboliza velas enfunadas pelo vento.

Janela do Capítulo no Convento de Cristo

TOMAR (Portugal): Convento de Cristo (Janela do Capítulo).
TOMAR (Portugal): Convento de Cristo (Janela do Capítulo).

A janela do Capítulo do Convento, mais tarde imitada para o Palácio da Pena, foi encomendada por D. Manuel I e desenhada por Diogo de Arruda. É o mais conhecido exemplo de arquitectura manuelina, magnificamente decorada no exterior, que é a imagem mais representativa da exuberância da estética manuelina, ilustrativa do naturalismo exótico e do uso de pormenores marítimos, possui no intradorso colunelos a imitar troncos podados, encimados por arco polilobado com florões onde se encaixa aro torso; o enquadramento, em alto-relevo, inicia-se inferiormente com um tronco desenraizado carregado por figura masculina barbada, que se subdivide em 2 frisos de onde se elevam 2 colunas recamadas de folhagem e corolas, atadas por grossos cordões com nós e ladeadas inferiormente por 2 pequenos nichos vegetalistas desabitados e superiormente por duas esferas armilares atadas a segmentos curvos de folhagem; sobre o vão da janela sobrepõe-se grosso arco polilobado recamado de folhas onde se encaixam 2 aros torsos rematados inferiormente por florões, e cujos segmentos superiores se enroscam; remata a composição escudo real encimado por cruz da Ordem de Cristo sobre pano de muro esquadriado.

Portal manuelino da Sé da Guarda

GUARDA (Portugal): Portal manuelino da Sé.
GUARDA (Portugal): Portal manuelino da Sé.

O portal tem arco abatido, com cogulhos internos, que se entrelaçam, dando origem a uma nicho com mísula e baldaquino, onde se integra a imagem de Nossa Senhora da Assunção; é ladeado por dois colunelos finos, assentes em bases altas com toros e escócias, surgindo, nos intercolúnios, mísulas ornadas por folhagem protegidas por baldaquinos; o colunelo exterior prolonga-se sobre o nicho da Virgem, em arco canopial, com cogulhos internos e externos, sendo flanqueado por dois possantes gigantes, constituídos por amplas bases, de onde saem feixes de colunas torsas, rematando em pináculos também torsos e com florão.

Fachada principal da Sé da Guarda

GUARDA (Portugal): Fachada principal da Sé.
GUARDA (Portugal): Fachada principal da Sé.

A actual Sé da Guarda recua aos finais do século XIV. O último monarca da primeira dinastia não consumou a promessa de iniciar as obras de novo templo, facto que apenas aconteceu já no reinado de D. João I, por iniciativa do bispo D. Vasco de Lamego, partidário da causa de Avis nos anos da crise dinástica. As obras, contudo, haveriam de se revelar bastante lentas, sendo o edifício terminado apenas no reinado de D. João III, já em pleno século XVI. Século e meio de estaleiro activo fizeram da Sé da Guarda um dos mais interessantes monumentos tardo-góticos nacionais, em que a sucessão de opções estéticas está bem presente. Na actualidade, consideram-se dois grandes momentos artísticos da construção: um primeiro, gótico, na influência do Mosteiro da Batalha, e um segundo, já manuelino, longinquamente relacionado com a arte de Boytac.
A feição fortificada de todo o conjunto é uma das características essenciais desta catedral, de que se destaca a maciça composição tripartida da fachada principal, virada a Oeste, sendo visível um primitivo remate em empena angular, sendo rasgada por portal em arco abatido. Sobre o portal, rasgam-se duas frestas e óculo circular com moldura de cantaria saliente. A estrutura é ladeada por duas torres octogonais, com a zona inferior marcada por contrafortes laterais, dividindo-se em três registos marcados por friso, os inferiores, rasgados por frestas profundas, formando capialço e remate em arco de volta perfeita, surgindo, no segundo, janelas em arcio de volta perfeita e, no superior, quatro sineiras em arco de volta perfeita. Nas faces frontais, ostentam duas pedras de armas do bispo D. Pedro Vaz Gavião.

Convento de Cristo

TOMAR (Portugal): Convento de Cristo
TOMAR (Portugal): Convento de Cristo

O Convento de Cristo, em Tomar, pertenceu à Ordem dos Templários. Fundado em 1162 pelo Grão-Mestre dos Templários, dom Gualdim Pais o Convento de Cristo ainda conserva recordações desses monges cavaleiros e dos herdeiros do seu cargo, a Ordem de Cristo, os quais fizeram deste edifício a sua sede.
A estrutura espacial do Convento de Cristo é o resultado de sucessivas etapas construtivas. O primitivo núcleo era formado pelas muralhas do castelo e santuário dos templários. O templo, feito em forma de um polígono de dezasseis lados, com aspecto exterior de fortaleza, inspirado nos modelos orientais vistos pelos cavaleiros durante as cruzadas, segue o protótipo da Ermida de Omar (Jerusalém), modelo aplicado também nas capelas de Eunate (Navarra) e Vera Cruz (Segóvia).
A charola primitiva foi transformada na capela-mor da igreja que lhe foi adossada em forma de nave no séc. XVI. Suprimiram-se-lhe então duas faces do polígono da rotunda.
A arquitectura partilha traços românicos, góticos, manuelinos, maneiristas e barrocos.