Sé Velha de Coimbra

COIMBRA (Portugal): Sé Velha
COIMBRA (Portugal): Sé Velha

A Sé Velha de Coimbra é uma construção do séc. XII onde se insere um claustro do século seguinte. Os diversos elementos ou corpos que compõem este monumento, designadamente, portal, janelas, capitéis e galerias, fazem dele um dos mais importantes exemplos do românico português.Inscreve-se no Românico afonsino da cidade, que corresponde, grosso modo, ao reinado de D. Afonso Henriques, período de maior esplendor das oficinas românicas de Coimbra, mas simultaneamente de início de decadência e de estagnação das soluções estruturais e decorativas que caracterizam a produção românica desta cidade.
O templo, de três naves, transepto ligeiramente saliente, torre lanterna sobre o cruzeiro e cabeceira tripartida, significa uma ruptura para com o esquema de catedrais românicas seguido até então no nosso país (Braga e Porto) e constitui um ponto de partida da chamada tipologia de catedrais do Sul (Coimbra, Lisboa e Évora). Para este facto muito terá contribuído a acção de Mestre Roberto, arquitecto de origem francesa que trabalhou também na Sé de Lisboa e em Santa Cruz de Coimbra, e que se deslocou, pelo menos duas vezes, à Catedral coimbrã para resolver problemas estruturais.
De todo este projecto inicial destaca-se a profusão de capitéis decorados com temas vegetalistas e animalistas, no que constitui o mais rico programa iconográfico do Românico português e, especialmente, a configuração de fortaleza da fachada principal, organizada segundo um esquema compacto tripartido, com o corpo central avançado e duas poderosas torres inscritas na massa fortificada, toda ela terminando em ameias.
A fachada principal está orientada a Oeste, em 2 registos separados por cornija, com corpo médio avançado e escadaria de acesso, 2 panos laterais e contrafortes angulares; no corpo do meio abre-se portal reentrante de arcos apoiados em colunas de capitéis decorados, sobrepujado por janelão do mesmo tipo com patamar exterior prolongado pela cornija divisória dos registos, sobre arcatura decorada apoiada em cachorros ornados; nos panos laterais abrem-se frestas simples em baixo e janelas geminadas de colunelo medial em cima, acompanhadas aos lados por um arco cego com 2 colunelos.

Mosteiro de Santa Cruz

COIMBRA (Portugal): Igreja de Santa Cruz
COIMBRA (Portugal): Igreja de Santa Cruz

O Mosteiro de Santa Cruz foi fundado na primeira metade do séc. XII (1131), sob patrocínio real e tornou-se no principal centro intelectual e artístico de Portugal no início da Idade Média. Foi a mais importante casa monástica nos primeiros tempos da monarquia portuguesa.
Da construção original pouco resta. A sua construção desenrolou-se ao longo de praticamente um século, de 1131 a 1228, tendo-se dado a sagração do altar em 1150. Sabemos que tinha uma só nave, contrafortada por duas incipientes naves laterais, estas organizadas em capelas abertas para a nave central, e uma alta torre na fachada, características das construções românicas agostinhas. Como grande instituição monacal, o Mosteiro de Santa Cruz foi objecto de numerosas campanhas reformuladoras ao longo dos séculos. A principal, e que conferiu ao edifício o aspecto actual, data da primeira metade do século XVI, altura em que D. Manuel assumiu a tutela do cenóbio. Para tal recorreu a alguns dos melhores artistas que então trabalhavam no reino, Diogo de Castilho, Machim e João de Ruão, Cristóvão de Figueiredo e Vasco Fernandes, Boytac, Marcos Pires e Chanterenne. É desta altura a actual fachada da Igreja que mostra um portal ricamente esculpido. O arco triunfal que antecede o portal é setecentista.

Detalhe de escultura românica

FAFE (Portugal): Detalhe de escultura da igreja românica de S. Romão de Arões.
FAFE (Portugal): Detalhe de escultura da igreja românica de S. Romão de Arões.

A escultura e a pintura românicas não se propunham à representação fiel da natureza. Tendiam, antes, a uma generalização dos traços e ao expressionismo, por enfatizarem os estados psicológicos e por darem tratamento exagerado a certos aspectos da fé, de modo a realçar as representações de interesse doutrinário, como as do mal, do pecado e do inferno.

Capitéis da capela-mor da Igreja Românica de S. Romão de Arões

FAFE (Portugal): Detalhe dos capitéis da capela-mor da Igreja Românica de S. Romão de Arões
FAFE (Portugal): Detalhe dos capitéis da capela-mor da Igreja Românica de S. Romão de Arões

A capela-mor de planta rectangular, que apresenta nos panos murários vestígios de pintura mural, divide-se em dois tramos cobertos por abóbada de pedra apoiada em grossas colunas com capitéis ornados com motivos românicos como aves bebendo num vaso comum e animais devorantes.

Agnus Dei da Igreja Românica de Arões de S. Romão

Agnus Dei da Igreja Românica de Arões de S. Romão
Agnus Dei da Igreja Românica de Arões de S. Romão
FAFE (Portugal): Entrada da Igreja Românica de Arões de S. Romão (Séc. XIII)
FAFE (Portugal): Entrada da Igreja Românica de Arões de S. Romão (Séc. XIII)

No tímpano é visível o Agnus Dei (Cordeiro de Deus). É uma expressão utilizada no cristianismo para se referir a Jesus Cristo, identificado como o salvador da humanidade, ao ter sido sacrificado em resgate pelo pecado original. Na arte e na simbologia icónica cristã, é frequentemente representado por um cordeiro com uma cruz (como se pode ver na fotografia). A expressão aparece no Novo Testamento, principalmente no Evangelho de João, onde João Baptista diz de Jesus: “Eis o Cordeiro de Deus, Aquele que tira o pecado do mundo” (João, 1:29).

Fonte: Wikipedia

Igreja de São Romão de Arões

FAFE (Portugal): Igreja de São Romão de Arões
FAFE (Portugal): Igreja de São Romão de Arões

Templo do séc. XIII, com planta composta por nave única e capela-mor rectangulares. A fachada principal é muito simples com sineira lateral de duas campanas. Apresenta um portal axial com um Agnus Dei no tímpano encimado por fresta. No tímpano do portal lateral S. apresenta uma inscrição onde se diz que a igreja foi consagrada pelo arcebispo de Braga, D. Silvestre, sendo abade D. Gomes, no ano de 1237.

Transepto da Sé de Évora

ÉVORA (Portugal): Transepto da Sé de Évora.
ÉVORA (Portugal): Transepto da Sé de Évora.

A Sé de Évora é considerada um edifício de estilo Românico-Gótico, ou ainda de estilo Gótico Nacional com influência cistercense e mendicante. A sua construção foi inspirada no modelo da Sé de Lisboa e em Catedrais estrangeiras, nomeadamente espanholas e francesas, revelando-se de grande importância, não apenas como ponto terminal de Românico e inicial do Gótico, mas sobretudo pela variedade de soluções de transição empregues. Teve como principais arquitectos ou mestres-de-obras Domingos Pires, entre 1280 e 1303, e Martim Domingues, responsável pelo término da construção, entre 1304 e 1334, época da construção do claustro e do pórtico da entrada principal.
As três naves são cortadas pelo transepto de cerca de 32 m de comprimento e 6,70 m de largura. No andar superior, ao longo dos dois lados da nave central e pelo transepto, corre o trifório (galeria estreita aberta sobre o andar das arcadas ou sobre o andar das tribunas nas igrejas medievais), composto por cinco arcos em cada tramo, assentes em pequenas colunas com capitéis de decoração toscana.

Interior da Sé de Évora

ÉVORA (Portugal): Interior da nave Central da Sé Catedral de Évora.
ÉVORA (Portugal): Interior da nave Central da Sé Catedral de Évora.

A Sé de Évora é a maior Catedral medieval do país. A um primitivo templo construído entre 1186 e os primeiros anos do século XIII, sucedeu-se o grandioso monumento que hoje existe, resultado essencialmente de duas notáveis campanhas da Baixa Idade Média.
Sob o dinâmico impulso do bispo D. Durando Pais, aquela modesta igreja sagrada por D. Soeiro em 1204 foi demolida para dar lugar a uma ambiciosa Catedral, sem paralelo no restante panorama nacional. Os modelos inspiradores desta nova Sé foram amplamente estudados por Mário Tavares Chicó em meados do século passado e revelam a importância desta construção não apenas como ponto terminal do Românico e inicial do Gótico, mas, sobretudo, pela variedade de soluções de transição empregues.
No interior temos três naves, a central larga e muito elevada, as laterais baixas e estreitas; sete tramos rectangulares definidos pelos poderosos pilares que levantam os arcos torais sobre os quais repousa a abóbada de berço de arco quebrado; esguias colunas de fuste contínuo, a romperem de simples plintos de duas ordens paralelepipédicas, recebem a descarga em capitéis, com enrolamentos de folha de cardo, e marcam, até metade da altura, os pilares sobre os quais descarregam os amplos arcos quebrados, de duas arquivoltas, dos vãos que se rasgam para as naves laterais; dez colunelos, dois torais e quatro das arquivoltas de cada arco rasgado sobre as laterais, embebem-se então nos pilares, poliedros compósitos de planta octogonal, conseguida pela inscrição de um quadrado sobre dois rectângulos perpendiculares e secantes; trifório contínuo acompanhando os braços do transepto, abrindo-se em varandins de quádruplo mainel e arcos de volta perfeita, com fortes e atarracados colunelos de baixos capitéis fitomórficos; naves laterais de seis tramos, cobertas de abóbadas de arestas de ogivas e arcos torais descarregando nos pilares centrais e em colunelos embebidos nas empenas laterais; estas são rasgadas por amplas e profundas frestas de arco redondo.

Fontes:

Mosteiro de Pombeiro

FELGUEIRAS (Portugal): Mosteiro de Pombeiro
FELGUEIRAS (Portugal): Mosteiro de Pombeiro

O famoso mosteiro beneditino de Pombeiro conta já com mais de um milénio de história, pois já existia em 853 e perdurou até à extinção das ordens religiosas pelos liberais em 1834. A igreja mantém fundamentalmente a estrutura românica (século XII), embora profundamente alterada nos séculos XVII e XVIII. O grandioso pórtico românico, com cinco arquivoltas e dez capitéis historiados, está encimado por uma rosácea, ornada de círculos tangentes ao grande círculo central, e flanqueado por torres que datam da reconstrução barroca.
Das antigas instalações restam hoje a igreja e duas moradias.

Portal principal da igreja de Santiago

COIMBRA (Portugal): Portal principal da igreja de Santiago.
COIMBRA (Portugal): Portal principal da igreja de Santiago.

O portal principal, de quatro arquivoltas, contou com a participação de artistas de alta capacidade artística junto a outros de menor talento. Aqui os capitéis contém vários motivos, tanto vegetalistas como animais, alguns derivados da Sé Velha de Coimbra, como o motivo das aves enfrentadas. As colunas do portal principal são também profusamente decoradas com relevos geométricos em forma de espiral e motivos vegetalistas.